Llega Mimarte 2010 - Festival de Teatro de Braga con un sin fin de espectáculos
1 jul 2010
“O Escurial”, “Números Falam Por Si”, “As Guerras de Alecrim e da Mangerona”, “O Primeiro Milagre do Menino Jesus”, “Cirinéu - História de uma Morte Anunciada”, “Vincent, Van e Gogh”, “As Obras Completas de William Shakespeare em 97 Minutos”, “Electra” e “O Fulaninho de Cartago”
“O COCHE DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO”
CHEGA AMANHÃ (2) AO ROSSIO DA SÉ
“O Coche do Santíssimo Sacramento” chega amanhã (sexta-feira, 2 de Julho), às 21h45, ao rossio da Sé de Braga… Nada mais, nada menos, que o trabalho dramático de Prosper Merimée com que a companhia “Teatro da Rainha”, de Caldas da Rainha, abre a décima primeira edição do “Mimarte - Festival de Teatro de Braga”.
A encenação de Fernando Mora Ramos coloca em palco a Lima inventada por Merimée, segundo os traços expressionistas do romantismo, e um vice-rei colonial, que sofre de amor e gota.
Com o reino em caos crescente, sob o impacto da revolta índia lá para os confins da sua geografia, e em dia de cerimónia religiosa dirigida pelo bispo local, sua alteza está enciumada por causa de Perichole, sua amante, escandalosa de comportamentos num meio dominado pelas beatas da pequena corte local.
Perante isto, conseguirá Perichole que o vice-rei lhe ceda o mais belo coche de Lima, de fazer morrer de inveja as famílias tradicionais poderosas? E a revolta índia, por onde andará? Estará a resposta no índio que Tabori constrói, mais de um século depois?
Com 25 anos de existência, o “Teatro da Rainha” tem vindo não só a dedicar-se à apresentação da obra de autores clássicos como Gil Vicente, Ângelo Beolco, Anrique da Mota, Marivaux ou Goldoni, mas também de dramaturgos contemporâneos como Heiner Müller, Sean O’Casey, Christoph Hein, Beckett e Sarrazac.
Esteve presente nas edições de 2007 e 2008 do “Mimarte” com os trabalhos “O Anel Mágico”, de Carlo Goldoni, e “O Fim do Princípio”, de Sean O’Casey.
MIMARTE 2010 – TRÊS PALCOS, DEZ ESPECTÁCULOS
São dez os trabalhos protagonizados por colectivos provenientes de todo o país e de Espanha que constituem o cartaz desta décima primeira edição do Festival de Teatro de Braga” que, de 2 a 11 de Julho, regressa ao rossio da Sé, ao Theatro Circo e ao Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa.
Organizado pelo Pelouro Municipal da Cultura, o certame afirma-se já como uma referência no ciclo cultural bracarense, registando ao longo das suas anteriores edições uma significativa e visivelmente crescente adesão de público, ultrapassando o que é considerado regular em eventos congéneres.
Desta forma, o “Mimarte” assume contornos de manifestação teatral global, que sublinham o carácter festivo do evento e o aproximam do espírito popular e das dinâmicas socio-culturais que foi desenvolvendo nas dez edições passadas.
É com base nestes princípios que o Município de Braga, através do seu Pelouro da Cultura, programa o festival nos núcleos urbanos tradicionais, carregados de memória, como o rossio da Sé, com o Theatro Circo e com o espaço aqueológico de referência como o Museu D. Diogo de Sousa para que neles aconteça uma relação de comunhão com o património edificado e com o espírito popular que lhe dá sentido.
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PRODUÇÕES NACIONAIS PREDOMINAM
EM CERTAME QUE ENCERRA COM CLÁSSICOS
A “O Coche do Santíssimo Sacramento” segue-se, no sábado (3 de Julho), às 21h45, também no rossio da Sé, “O Escurial”, pelo Teatro Art’Imagem (Porto).
Da autoria de Michel de Ghelderode, considerado um dos dramaturgos renovadores do teatro moderno, “O Escurial” constitui «um autêntico “auto de fé” teatral onde se questiona a condição humana, o próprio teatro e os seus fazedores».
Após a habitual presença da companhia bracarense PIFH - Produções Ilimitadas Fora d’Horas, com a apresentação de “Números Falam Por Si” (4, 21h45), o “Mimarte 2010” prossegue a 5 de Julho (21h45) com “As Guerras de Alecrim e da Mangerona”, desta feita pelo “Teatro Ao Largo”, de Vila Nova de Mil Fontes.
Da autoria de António José da Silva, a obra, que na circunstância conta com encenação de Steve Johnston e que se consubstancia numa crítica divertida a aspectos característicos da sociedade portuguesa, nasce de um enredo que se desenvolve em torno das tentativas de dois jovens amantes para conquistarem os corações (e mesmo a casa) de duas lindas irmãs.
Direccionada para toda a família, seguindo a intenção do grupo de levar farsas clássicas ao público em geral, a interpretação do “Teatro Ao Largo” mantém-se fiel ao objectivo do texto original, divertindo os espectadores com momentos de música ao vivo, canções e rotinas de comédia física e de interacção com o público.
No quinto dia de “Mimarte 2010” (6, 21h45), a diversão regressa ao palco do Rossio da Sé com a “Casa da Comédia” (Lisboa) a colocar em cena “O Primeiro Milagre do Menino Jesus”.
Encenada por Filipe Crawford, a obra de Dario Fo divide-se em duas partes, sendo que, num primeiro momento traça um retrato bem-humorado dos dois papas anteriores a João Paulo II. Nesta adaptação, os papas funcionam como um ex-libris teatral, sendo representados por duas máscaras, uma trágica e outra cómica.
A segunda história é a versão apócrifa do nascimento e da infância do Menino Jesus, acompanhando a fuga da Sagrada Família para o Egipto e o primeiro milagre de um Menino Jesus que aqui representa o estrangeiro, o imigrante, rejeitado pelos outros meninos, que se revolta contra a pressão exercida pelo filho do Senhor da Cidade.
No dia seguinte (7, 21h45) é a vez de o “Teatro das Beiras” (Covilhã) regressar ao Festival de Teatro de Braga com a apresentação de “Cirinéu – História de uma Morte Anunciada”, de Fernando Paulouro Neves.
O ciclo de espectáculos no rossio da Sé encerra a 8 (21h45) com a peça “Vincent, Van e Gogh”, da companhia “Peripécia Teatro” (Vila Real).
“Girassóis”, “Hospital de Saint-Remy”, “Os Comedores de Batatas”, “Paris”, “A Casa Amarela em Arles”, “Auto-Retrato com Orelha Ligada”, “Hospital de Saint- Remy II”, “Dr. Gachet”, “Campo de Trigo sem Corvos” e “Última Carta para Vincent” são alguns dos quadros revisitados pelo “Peripécia Teatro” num espectáculo visualmente poético sobre a vida e obra do pintor.
De Van Gogh para Shakespeare e do rossio da Sé para o Theatro Circo, o “Mimarte” prossegue no dia 9 (21h45) com a representação de “As Obras Completas de William Shakespeare em 97 Minutos”, pela Companhia Teatral do Chiado (Lisboa).
Em cena há 14 anos, o espectáculo de Adam Long, Daniel Singer e Jess Borgeson constitui, sob a forma de comédia/farsa hilariante, «uma condensação a alta velocidade, género montanha russa, das obras do grande dramaturgo inglês, William Shakespeare».
Passando para o palco do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, a tragédia faz-se representar neste “Mimarte 2010” pela encenação de “Electra” (10, 21h45) pelo Grupo Calatalifa (Villaviciosa de Odón - Espanha).
Recriada a partir da obra de Sófocles, a representação de “Electra” remete a protagonista para um estreito círculo de uma existência amarga e miserável, imposta pela crueldade dos assassinos de seu pai e pelo seu próprio sentido de sobrevivência.
Para encerrar este Festival de Teatro de Braga, o Pelouro Municipal da Cultura escolheu “O Fulaninho de Cartago”, de Plauto, representado pelo Grupo Thíasos, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Os ingressos para o espectáculo apresentado no Theatro Circo, a €2,5, podem ser adquiridos em www.theatrocirco.bilheteiraonline.com, na bilheteira do Theatro Circo e nas lojas Fnac. Os espectáculos apresentados no rossio da Sé e no Museu de Arqueologia Dom Diogo de Sousa têm acesso livre, sendo os cerca de 500 lugares sentados ocupados por ordem de chegada ao recinto.
